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Pode parecer estúpido, pode parecer idiota, mas quando recebi a notícia da morte do meu tio há bocado, foi a imagem que me veio à cabeça: os natais de família, porque para nós, o Natal sempre foi importante, bem como a familía. Mesmo que estivéssemos longe, mesmo que não nos víssemos muitas vezes, a família sempre foi importante. Hoje quando recebi, primeiro a notícia de que o tinham levado para um hospital de cuidados paliativos porque as dores se tinham tornado demasiado intensas e, mais tarde a notícia do seu descanso, vieram à memória aqueles natais.Missão do meu tio: amassar as filhoses, tinha sido padeiro na juventude e gostava de bater a massa, pô-la a levedar e ensinava-nos como ver se já estava boa. Depois, ala que lá ia ele para o quintal, com a minha avó, sua mana, para darem de beber ao desgraçado do perú. E lá íamos nos observar, quando chegava a altura de matar o bicho, mandavam-me embora, porque diziam que o animal não morria minha causa, bem feito, eu nem gosto de perú.
Ficamos sempre mais tristes e mais pobres sempre que nos morre um idoso:é uma parte da nossa memória que se vai.
Foram uns natais óptimos, uma família unida que dava importância ao que tinha mais valor: o amor que nos unia.
Estamos mais pobres, como família, mas estes natais ficarão sempre connosco.
Descansa em paz tio Diamantino, que bem o mereces depois de todo este sofrimento.
Um Beijo.