adoro a liríca camoniana, andava eu no Liceu e o pessoal não percebia porquê, mas eu gostava.E consegui passar isso a alguns alunos e explicandos, a um consegui passar tão bem que quando o professor lhes perguntou, de tudo o que tinham dado ao longo do ano o que é que eles queriam desenvolver nas aulas que restavam e ele repondeu a liríca de Camões, ia sendo linchado,lembro-me como ri quando ele me contou com ar espantado!
Não é coisa que muitos gostem é certo. Eu continuo a gostar. Tudo isto porque hoje encontrei um amigo de Liceu e do muito que falámos, veio à baila o meu pendor por Camões e aquele poema que eu decorei para o chatear, aparentemente chateava-o mesmo. É o que dá ter poucos rapazes na turma...
Pronto, disse que ia continuar a chatear-te e aqui fica para a posteridade, a nossa "private joke".
Perdigão perdeu a pena
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a u~a alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.
Luís de Camões
Mas não te preocupes com as penas: não és galináceo, nem eu ,por isso não precisamos de penas. Beijo amigo.